Pós-graduações IMED 2013

domingo, 7 de agosto de 2011

O cérebro e a mente (III)

Dentre a grande quantidade de variáveis que possivelmente contribuíram para o processo evolutivo do cérebro humano, uma delas é quase improvável, mas teve sua parcela de contribuição para a constituição da mente.

Uma pesquisa identificou que uma das diferenças genéticas entre os humanos e os gorilas, nossos parentes evolutivos, constitui-se de um gene que define a intensidade da força muscular. Os seres humanos possuem um gene que limita a força muscular, enquanto que os gorilas possuem o gene que aumenta este potencial

Comparando o crânio de um gorila com o crânio humano, observamos que o masseter, músculo relacionado à mastigação, é substancialmente diferente. No gorila, o tamanho do músculo é muito maior que no homem.




Desta forma, um músculo poderoso permite uma dieta com alimentos mais duros, diferente do potencial humano para a mastigação, comparativamente menor. A linhagem dos gorilas preservou o gene, facilitando a capacidade de mastigação, mas o ancestral humano não manteve o gene, produzindo menor força mastigatória e exigindo uma dieta diferenciada.

O que é interessante é que se a musculatura craniana é mais forte, como no caso do gorila, ela deve ter impedido que os ossos se expandissem como ocorre com o ser humano. A possibilidade de expansão dos ossos do crânio permite o crescimento do cérebro, e graças a ele possuímos o maior cérebro entre os mamíferos em proporção ao tamanho do corpo.