Pós-graduações IMED 2013

sábado, 18 de setembro de 2010

O preconceito inconsciente

Todos os dias temos constantemente provas de que nosso comportamento possui raízes irracionais, apesar de nossa racionalidade. Os estudos de Mahzarin Banaji, psicóloga social e professora do departamento de psicologia da Harvard University, têm demonstrado que os preconceitos que temos possuem raízes que desconhecemos.

Estudos com o teste de associação implícia (IAT, em inglês) têm demonstrado que as pessoas, até mesmo as crianças, possuem uma tendência a avaliar de maneira mais favorável pessoas parecidas com elas mesmas, e de forma menos favorável, pessoas diferentes. Isso não significa dizer que temos preconceitos de algum tipo pré-formatados desde a infância, mas sim que temos uma tendência a julgar favoravelmente o que se parece mais conosco. À medida em que vamos crescendo, aquilo que é considerado diferente vai se cristalizando, graças principalmente à ação do meio social. Nesse aspecto, a família possui uma força importante para a constituição sobre o que é ou não diferente.

Compreender estes fenômenos pode nos auxiliar a entender de que forma organizamos o mundo, especialmente entre o que consideramos aceitável ou inaceitável. São evidentes as aplicações destes estudos por exemplo na diminuição dos comportamentos de bullying entre as crianças e adolescentes.

Uma das principais formas existentes para diminuir o preconceito, segundo Banaji, é a experiência. Quanto mais temos contato e vivenciamos o que é diferente, mais o preconceito tende a diminuir.

2 comentários:

Marcia Fortes Wagner disse...

Nesse sentido, como é importante que a gente tenha cautela na avaliação inicial de qualquer evento, pessoa, teoria, etc... Sem conhecermos de forma aprofundada o que ocorre e nos apropriarmos da compreensão das coisas como elas realmente são, não devemos emitir julgamentos prévios e, possivelmente, tolos e desprovidos de verdade. Temos que questionar nossos próprios pensamentos e buscar as evidências dos fatos para tornar nossos conceitos mais consistentes (para evitar o pré...). Essa é uma boa reflexão!

André Rabelo disse...

Olá Vinícius, mt bacana tu comentar sobre a Banaji e os estudos em cognição social que ela vem desenvolvendo. Sem dúvida é uma área de pesquisa mt importante e que esta apenas engatinhando aqui no Brasil. eu estou inclusive terminando de redigir um manuscrito para publicação de um estudo em que usamos o IAT.

um abraço,
André